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Resignação

 

E o que eu faço com o amor

Que germinou em mim?

Uma preciosidade tão rara

Abandonada órfã.

 

Esse amor que me complementa e completa

Inexiste na solidão do eu,

Tudo o que tenho agora.

 

Uma raridade preciosa jaz,

Definhando em ritmo natural,

Em mim.

 

Essa é a única tristeza que

Existe na solidão.

 

— Incompletude.

 

São José dos Campos, 08 de agosto de 2016.

 

A uma desconhecida

 

Amar-te-ia por uma vida inteira.

 

Toma esse presente unicamente

Como símbolo de felicidade.

A tua!

 

São José dos Campos, 07 de agosto de 2016.

Alma Sorridente

Sonhei contigo!

Nada lembro,

Mas foi gostoso.

Sei que és linda

E contente...

— Quem és tu?

 

São José dos Campos, 04 de agosto de 2016.

[sem título]

O silêncio é a arma mais mortal

Contra... o amor.

Uma semana, três, um mês!

É impressionante como foste eficiente

Em matar o sentimento que em vão

Tentei nutrir.

Obrigado por me ensinar.

Já não te conheço, quiçá nem te reconheça,

Não sei quem és.

 

Essa foi a última esperança vã

Que meu coração precisou para

Deixá-lo morrer em paz.

 

[sem local, sem data]

Nó (tilte) Espaço-Temporal

 

Tu tens teus mistérios

Que me impediste de descobrir

 

                I

 

Não posso privar-te de assassinar

O amor no ventre.

És uma ninfa indo para longe

Por tempo demais para

Enraizar-te em mim.

Estás racionalmente certa sob

Todos os aspectos,

Emocionais, físicos e fisiológicos.

 

Mas enquanto meu amor por ti

Estribucha, não podes impedir-me

De conceder seus últimos desejos

Para aplacar a agonia do moribundo.

 

Eliminaste a esperança que me dera

No futuro.

Preciso seguir minha vida, no entanto, com

Esperança em algum sonho!

Lamento não ser em ti.

 

Porém, presenteio-te com minha última

Tentativa de construir um relacionamento

Contigo.

Uma semente para o futuro!

O último fio do laço com o qual

Lacei uma gaúcha,

Soltei-o, antes que tu o arrebentasse;

Preservei-o em criogenia, minha última

Chance de a semente, um dia,

Brotar.

 

É minha caixa-de-mistério

Com o último sonho que não pude

Matar.

Dou-ta, para decidir seu destino

Assim como fizeste com as rosas.

Confio em tua criatividade.

 

                II

 

Quantas coisas mudaram desde que

Escrevi esses versos?

Quanto tempo levaste para abrir

A caixa-de-mistério?

Descobriste a chave

Ou abriste à força?

Se a jogou fora, os versos

Perderam-se e ninguém saberá.

Da última vez que soube de ti,

Bem, não foi por ti que eu soube...

Continuas loira? Fumas?

Deve ser impossível não se converter

Em fumante vivendo em Londers.

Nos filmes ingleses eles sempre fumam,

Todos e muito.

Cuidaste bem de tua pepeca?

E de teu coração?

Tens mais tatuagens? Piercings?

Eu devo estar com mais alguns...

A árvore Nicols guiou-te

Aliada à sabedoria das corujas?

Tens filhos? Moras aonde?

Vim (ou fui, não se onde estás) à

Europa fazer doutorado.

Tentarei realizar uma linha de pesquisa

Heteredoxa. Se superar a saudade

De casa e o sonho de morar num

Sítio na Serra da Mantiqueira,

Talvez faça daqui minha nova casa.

Para onde o vento me levar

É meu caminho! Não que meu leme

Fique à esmo...

Experimentei escrever, escrevi bastante,

Alguns livros.

Mantive um blogue por um tempo.

Não quero te atrapalhar a vida

Ou causar problemas a teu

Namoro/noivado/casamento —

Caso não tenhas queimado,

Jogado for a ou largado esquecida num canto

A caixa-de-mistério —

Mas ta dar foi minha

Solução para lidar com teu silêncio.

Quis-me crer correto e bastasse talvez

Apenas te perguntar...

Contudo, eu preciso aprender a lidar

Com a perda, com a derrota e,

Especialmente, com a incerteza.

Bom, já não sei quem tu és!

Mesmo assim, sendo-nos desconhecidos,

Desejo-te, com total sinceridade e sem

Dor-de-cotovelo, muita alegria,

Felicidade, amor, paz e sabedoria!

                III

 

Se chegaste até aqui, ou

És muito curiosa ou

Terás de admitir haver uma conexão

Entre nós.

 

Pensei que eu pudesse ser autêntico,

Haveria de existir no mundo

Alguma mulher que me aceitasse

Num amor recíproco.

 

Porém, foi mister mudar.

Sinto-me agora mais seguro de mim,

Transbordo confiança!

 

E essa confiança de agora,

Projetada no passado, fez-me

Preservar uma semente,

 

Que aqui guardei, com a esperança

Esquecida de que germine.

 

Uma chance para conhecermos-nos.

 

[sem local, sem data]

Paz

 

Quem me abraçava? Apenas senti...

Obrigado a ti.

 

                I

 

A agonia das voltas e revoltas pelo Labirinto

E o estertor mudo do perdido que,

Mesmo caminhando a esmo,

Deseja,

Mas reconhece passar pelo passado —

esse fantasma alimentando-se das esperanças

que suga, definhando, e cega e ensurdece —

E enlouquece com a vertigem pelo padrão

Idêntico das Paredes que mudam mas

São a mesma;

 

Num instante desfazem-se.

 

Adormecido, num sonho, o inconsciente

Afugenta o fantasma e o perdido,

Nutrido, atina, ouve e vê, enfim,

Através dos sentidos mil do Eu —

mestre uno com todos Versos,

plenitude Livre, dançarina das Fechaduras

para quem todas elas se abrem, desvirginando-se

os Mistérios —

E por um átimo da existência,

Ínterim no sofrimento indiferente à razão,

Ele sai da Roda, flutua por sobre a crista da onda!

 

Sente a Paz.

E é Tudo! E assim,

É Nada: a paz absoluta;

O Nada Absoluto.

 

Mergulha novamente no mar de tormentas,

Perde-se uma vez mais, de novo.

Acorda no Labirinto, desperto, vivo,

Perdido, à deriva, desejando,

(o Nada inexiste quando se é)

São e sóbrio (e sólido): a vertigem abandonou-o.

Mutaram-se as Paredes ou mudou-se a si?

A dádiva instantânea do Nada,

O Eterno, experimentada infindavelmente

Por menos de um dia,

Impregna o ser qual seja seu estado.

Como o deslumbre com o presente,

O óbvio nunca ausente, antes desapercebido,

O vislumbre do Nada através do Eu

Expande o impregnado e irradia

Sua Luz!

 

Desperto às Ilusões, o viajante olha

E vê através do seu Labirinto —

seu, porém, despido de subjugações e provido

de rebeldia (própria?) —

Caminha, simplesmente caminha...

E atravessa a vertiginosa Parede.

Vive o impossível realizado!

Seu Mestre impressionou a Luz da lamparina,

Farolete, sabedoria única a guiar o viajante;

Ela oscilou, ondulou, osculou-lhe o peito

E indicou a direção.

Um passo após o outro, o viajante,

Isento de bagagens, seguiu sua Luz.

 

No arrebol, pegou seu Arco, cerrou os olhos, deixou,

Como um pêndulo oscilantemente decidido,

A lamparina apontar

E disparou sua Flecha!

 

                II

 

A dúvida é veneno que corrói

As entranhas da alma:

— Por que ela me iludiu?

 fingiu amar-me e queria somente

 um caso leviano e breve...

 

Tudo foi tão intenso na brevidade de semanas!

Rosas, poemas, encontros, amassos, queda,

Beijos, mensagens, músicas, risadas, paixão,

Saudade, caronas, jantares, passeio, tatuagem,

Viagem, priminho, família, avós, risos,

Conchinha, amor, medo, cachecol,

Carinhos, diversão, turismo, felicidade,

Distância, futuro, sonho, declamações,

— Quando, no meio desse romance,

 ela decidiu terminar comigo e

 romper?

 

— Por que se abriu a sermos amigos

 se não quer falar comigo?,

 por que mentiu?

 

“E se amanhã não for nada disso, tudo bem”.

Nunca pensei que se referisse a

Sentimentos outros que não os meus.

O consolo não era para ela!,

Para mim, como se provisão, de uma

Previsão, para o momento de precisão.

 

A Parede, no entanto, nunca existiu...

Nunca vivemos um relacionamento sério,

Nunca ela disse me amar,

Nunca abaixou sua guarda.

Tive-a como namorada e

Cri num futuro mútuo apenas

Baseado em sonhos que nutri sozinho.

— Fui assim tão cego?

 

Suas defesas...

Ela me explicou o fosso ao seu redor,

Com crocodilos e piranhas assassinas;

Mas o atravessei a nado.

Ela me explicou a muralha ao seu redor,

Vigiada por arqueiros, lanceiros e catapultas;

Mas eu sabia da passagem secreta

que ela usa para visitar o mundo.

Ela me explicou a porta de aço,

Com fechadura apenas por dentro,

Mas ela abriu para mim...

E quando seu coração balançou

Sua última defesa foi apontar-me a saída.

Os lanceiros perfuraram meu ombro,

Os arqueiros feriram minha coxa,

As piranhas laceraram o corpo todo,

Os crocodilos deceparam-me a mão

E quase me afoguei.

 

Sinto, contudo, que ela sofre

Para acalmar seu peito.

E fez votos de silêncio,

Um escudo protetor de silêncio

Para impedir-me o regresso.

Não encontrei o que fosse para

Atravessar esse escudo.

 

Fui um louco em te amar!

Mas o lance do amor é...

Mesmo não tendo a certeza de nada...

Permanecer juntos.

E eu senti meu destino ao seu lado...

 

— Ela não me iludiu; amou-me

 mesmo sem admitir para si.

— Escolheu, contudo, proteger-se

 quando sentiu esse amor.

— Poderíamos ser amigos,

 se a minha simples presença não

 a machucasse.

 

                III

 

Maldigo o maldito que a feriu!

Três vezes maldito!

 

Que o tempo, rogo, cure-a.

Que ela se deixe amar.

Que encontre a Paz em si.

 

Prefiro ser um covarde e

Abandonar meu destino ao seu lado

Que ser um estorvo chato e maçante

Cutucando sua ferida.

 

Que posso contra suas defesas?,

Além de respeitá-las.

Ofereço, prepotente, meu amor e paciência

Para algo que é maestria exclusiva do

Tempo fazer...

Com o amor, saio de sua vida;

Com a paciência, controlo minha ansiedade

Por permitir a esperança definhar.

 

Se algum dia eu a encontrar na

Lua e alguma centelha ascender,

Será mérito único do Destino.

 

São José dos Campos, 02 de agosto de 2016.

Delírio

Eu sou apaixonada pela minha liberdade

N. K. G.

Lacei-te, gaúcha?

Lacei gelo...

Quanto mais aperto,

Mais derrete...

Corri à toda em tua direção

Através da total escuridão!

E escorreguei na poça de gelo

Formada pela catenária pingando

Estalactites que escorreu

Pela corda do laço meu.

É lógico que fugiste.

Mas a vida não poderia, uma vez ao menos,

Ter sido emocional ao invés de lógica?

São José dos Campos, 01 de agosto de 2016.

Namorico de Inverno

Quanta inveja daqueles garotos

Que traziam garotas à quinta

Para serem suas namoradinhas de verão!

Inusitadamente te conheci.

Diferentemente das demais,

Quiseste me conheer.

Tens um mistério profundamente atraente;

Impressionei-te como um divertido e malucão.

Encontramo-nos pessoalmente.

A intimidade vivida e os beijos

Deliciosos do primeiro encontro

— e que continuaram deliciosos até a última segunda-feira,

Revelaram-me um estado de entrelaçamento quântico

Antigo. A mim.

Apenas a mim.

Serias meu amor para a vida toda!

Mas eu, para ti, ah...

Eu não passaria de um reles

Trovador de gatinhas.

Tu te entregaste a mim profundamente.

Intensa e despudoradamente nos amamos!

Durante uma semana, no inverno,

— Antes de largar-me por tua viagem ao Velho Mundo.

Quem trovou quem?

(nem amizade desejas de mim)

Tu dominas o coração com a mente.

Mas, ai!, pobre de mim cujo

Coração é indomável à razão!

Conformar-me-ei em ter sido apenas

Teu reles namorico de inverno...

São José dos Campos, 31 de julho de 2016.

Não Saberei Jamais


Estou irradiante e feliz por dentro,
Mas soturnamente nostálgico e triste
Por fora.


Nunca vivi assim!
Sempre havia sido o oposto.


A esperança de reencontrar-te convive
Com a certeza de que te esforças
Para esquecer-me.


Decidi meu caminho
E ele passa ao largo do teu...
Ficarei
Aqui,
Durante tua estadia
Lá.


E quando voltares, irei...
Será fácil esquecer-me.


Deixarei eu, contudo, em minhas pegadas
O inconformismo de perder-te!


Pudesse eu pegar tua mão e
Dissipar teus medos,
Desvanecer teus receios e
Aplacar tuas dúvidas
Com essa pequena luz que agora brilha em mim!
Luz cuja ignição foi o teu calor.


Posso, porém, apenas te enviar cartas,
Ignoradas;
Posso apenas alçar os pensamentos a ti,
Em vão;
Posso apenas te amar,
Platonicamente.


Fio último do laço que nos prendeu...


São José dos Campos, 29 de julho de 2016.

[sem título]

Meus extremos estão no começo

E no fim de um círculo!

Meu perfeccionismo não é apenas

Uma expressão de minha covardia?

Sem a certeza do resultado final

Eu caminho com extrema cautela!

Sem vislumbrar as variáveis que afetam o resultado final

Ou como o afetam,

Não crio a ilusão de controle

Que me mantém confortável e confiante.

Eu odeio e detesto a concorrência!

Quer seja pela garota linda

Ou pela linha de pesquisa...

Estou me sabotando novamente.

[sem local, sem data]

Vagas

Saudade?

Transbordando!

Um frio percorre a barriga.

Vem de mãos dadas a uma lembrança...

Um cheiro a desperta;

Ela acorda do leito inconsciente,

Levanta-se a passear pela vigília

E arqueja meus lábios.

Faz-me cócegas por dentro

Como fogos de artifício

Explodindo alegrias!

Dorme outra vez,

Mas deixa o alvoroço e o

Rebuliço e o

Regozijo

Presentes.

São José dos Campos, 26 de julho de 2016

Intransigência

Obrigada por suprir todas as partes do meu ser.

N.K.G

Estás fechada. Sinto-te ainda, contudo.
Há uma desarmonia em tua voz...
Quero ajudar-te!
Mas me afastas de ti.

A Conselheira Eterna indica-me loucuras:
"Surpreenda-a. Abraça-a até dissovoler
Suas defesas"

Se lutas contra ti mesma, no entanto,
Que me resta além da paciência?

Acaricio a muralha de gelo que ergeste...
Rogo que meu calor transpasse-a.
Sinta-o nas minhas palavras,
Contato, único e último,
Pleiteado brandamente para apoiar-te.

Não me permito a pretensão declarada
De saber a crueza da peleja.
Apenas devaneio teu temor
E fuga.

Medo de sofrer? De fazer sofrer?
Teu coração almeja o que a mente recusa?
A dicotomia camuflada como perda
De tua apaixonante liberdade?

Anseio curar-te!
Dissolver teus paradoxos...
Mas há poderes facultados apenas ao

Tempo.

Campinas, 25 de julho de 2016.

Farolete

Uma bagagem que pesa toneladas!

O que eu carregava nessa mala?

Um farol qu'iluminava meu caminho.

Quando a larguei sobre ti,

Pedia: sejas a luz do meu farol.

Mas não posso mais viver sob a luz de outrém!

"Bah!, aqui não guri!"

Catalizaste a emersão desse mistério

Ao meu consciente.

Larguei a mala de toneladas

E agora ando leve

E não mais no escuro:

— Brilha minha luz, alumiando meu redor.

São José dos Campos, 22 de julho de 2016

Presente Final

"E tu não tens defeitos?, perguntou a rapariga".

Há um modelo matemático do mundo

Que impõe a ausência de imperfeições,

Uma quimera.

Entropia. É a segunda lei.

Viver é uma viagem!

E levamos em nossa mala

A bagagem acumulada.

Guardamos alegrias,

Escondemos tristezas,

Acumulamos coisas que nem sempre

Nos damos conta.

Conheci-te com as rodas

Quebradas, de minha mala;

Carrego-a pela alça

Por onde vou.

Ah! que peso! Como me pena!

Toneladas de nem-sei-o-quê

Que trago junto a mim por

Ignorância...

E aí quando te lacei,

Fui rapidamente dando-te minha mala:

— Cansei! Carrega-a por mim, sim?

"Bah!, aqui não guri!"

E trataste de me dispensar.

Largaste minha mala...

E tal qual meu relógio de pulso

Perdido nos Pampas do Sul,

Fez-se a hora de eu

Separar-me dela...

Deixei-a esquecida

Onde a deixaste intocada.

Perida. Abandonada.

Não mais ma pertence!

Presenteaste-me.

Teu ponto final

Abençoou-me.

São José dos Campos, 21 de julho de 2016.

Segunda Estratégia


Medo de seus sentimentos,
Intensos, sinceros, profundos.
Melhor não os nomear
Para não se apegar.


Insegurança do futuro
De não ser capaz
De não cumprir as expectativas
De magoar quem lhe quer bem


Apaixonada por sua liberdade
E muito jovem para abdicá-la,
Defendeu-a também de si.

 

Terminou o que nem começamos.
Aliviou seu ser; de alma leve!
— Contudo, ainda nutro esperanças.


São José dos Campos, 19 de julho de 2016.

[sem título]

Sou um poeta pequeno e torto.

Mas meu coração para ti

É imensamente gigantesco

E nutritivo.

Entra, se quiseres;

Põe um pézinho por vez,

Cuidadosa e carinhosa

Como és...

Cria tuas raízes em mim

E cultivar-te-ei!

Pelo tempo que o sangue correr

E além, quiçá.

São José dos Campos, julho de 2016

Poemecos
 

                I


Louco, louquinho,
Sou doido por gostar
Tanto assim de ti!

Não uso a razão,
Guio-me pela emoção!


Se o presente é o segredo
Da plenitude,
O futuro é um mistério
Cheio de perigos;


Experimento o agora,
Contigo ao lado,
E deixo o depois para
Depois...

                II


Uma intensa e despudorada
Comunhão! Duas almas
Há milênios separadas,
Unidas enfim no reencontro
Casual do amor...


Fundimo-nos numa noite
De intesa e despudorada
Comunhão!
O que seria loucura,
Para nós foi a plena entrega
Ao coração...


Sonho contigo e rogo
A meu Íntimo que sonhes
Também comigo em teu
Íntimo!

                III

Rápido como uma tempestade,
Dessas intensas de verão,
Aconteceu!

E no instante de um milagre
As águas do céu encontraram
As águas da terra!

Beijaram-se abraçadas,
Miscigenadas,
Indissociáveis...

                IV

Um olhar ou um toque
Revela além do que as palavras
Diriam.


Palavras que viajam distâncias,
Nos aproximam, tentam
Dizer tudo...


Mas não conseguem.


Sobra espaço nas entrelinhas
Lacunas galácticas!


Preenchidas senão pelo abraço,
Pelo sentimento
Quanticamente entrelaçado!


Sentimento que existe
E persiste,
Nutrindo nossos seres


Através da espera...


                V


Ninfa, pirilampeas pelos pampas
Mordiscando flores de cores
Mil

Teu sorriso, encantamento primo
Conjurado por teus lábios magos,
Faz-me teu fiel amante;

Eles são portais, pelas palavras,
Segunda magia que lanças,
Ao teu íntimo que mo confias;

Teu terceiro feitiço, ah, prende
Minh'alma cativa da tua!
Que beijos teus lábios têm...

                VI


O tempo cura...
Quando permitires,
Entregar-te-me-ei.

São José dos Campos, junho e julho de 2016.

Terror do Depois

A segunda cinzenta de SP move humores,

A realidade impacta-me num choque,

O ímpeto de abraçar mudanças cessa,

Asfixiam meus amores...

 

Sinto teus beijos, teus abraços e apertos.

Que malogrado arrefecimento após

Uma noite de amor louca e intenso!

Tudo foi rápido demais? Será?

 

Inumeráveis mistérios desvendados,

Incontáveis segredos descobertos,

Irresponsabilidades cometidas...

 

O medo alimentado pela preocupação de algo

Acabar errado. Meus amores sendo devorados

Quando a razão toma o lugar da emoção...

Guarulhos, 04 de julho de 2016

[sem título]

 

Tenho uma única página A4 de papel,

Duas canetas e

A musa mais fabulosa por estro

Morando no peito!

 

A distração no setor de embarque

Espacial para Fobos é em demasia apelativa:

Teleprojetores 3D, crianças correndo,

Conversas telepáticas em conexões neurais

Públicas, choro e espaçonaves decolando.

 

Mas amo! E por mais que o poema

Rebente quase em prosa, escrevo-o

Contigo na mente e n'alma!

 

Estreio no toseno cantando meu amor,

Meu amor a ti!

Que ele cruze o hiperespaço e materialize-se

Pelas tuas sinapses no sentimento que

Finalmente governa minha vida...

 

Como um abre-alas:

 

Na sequência chegarei eu a ti!

Quantas e quantas, óh!, quantas vezes não

Sonhei, semi-adormecido em meu solitário

Leito, conhecer as plêiades sul...

E tu, ninfa dos pampas, anja reencarnada

Em mulher, realiza o sonho exponencialmente

Mais intensamente que jamais concebi...

 

Faz-me completo e impulsiona-me ao futuro.

Futuro que, no tocante a mim e nonde

Posso tocar, é permeado por nossa união

Transcendental.

 

Logo mais embarco na viagem que marca

O ápice da minha vida.

Uma viagem da qual venho fugindo com

Esperanças de que ela me pegasse...

E tu me pegaste!

 

Quero descobrir o meu futuro;

Conquistar os mundos e todos os Universos;

Viver meu caminho;

Ao teu lado.

 

Pois que ao teu lado tudo faz sentido

E todos os paradoxos se dissolvem...

 

Espaçoporto Terra-Mãe, 01 de julho de 2016.

Bombom

Um mimo adocicado para teu paladar,

Um toque de carinho para teu coração?

Que inveja desse mimo!

Conhecerá o saber de teus lábios

Antes de mim...

— Quisera eu ser o mimo teu!

São José dos Campos, 19 de junho de 2016

Teimosia Medrosa


Busco-te!, mas com a incerteza
De como reconhecer-te.
Bateria em meu peito a confiança
Ao ver-te e saberíamos mutuamente
Sermo-nos?


Quiçá a convivência regasse
A semente até ela germinar,
Enlaçando novamente nossas almas?


Não sei... resta, contudo, vencer o medo
Incrustado nas cicatrizes de meu
Recém-remendado coração...


Aprenderia eu a amar outra vez?
A amar?
Ensinar-me-ias?


Insisto, ainda, em começar com a certeza do final.


São José dos Campos, 09 de maio de 2016

Amor de Outono


O frio trouxe consigo a saudade
De ti... É outono, já!
Onde estás?


Uma nostalgia enamorada
Das nossas manhãs enroladas,
Aninhados, nos edredons em abraços
Em colos respirando, aconchegados
Teus cabelos cruzadas, em conchinha
Deitados as pernas dadas
As mãos sob olhares
Que se tocam no reflexo
Da janela.


Acordar em teu regaço lasso,
Lastro da vida minha,
...


Saudade que será, se tivesse sido;
Mesclada com a esperança de que foi.

São José dos Campos, 04 de maio de 2016

Auto-abraço

Tudo que eu queria agora

Eram os lábios seus..

Como será apaixonar-me de novo?

— Deve ser bom e deve ser gostoso!

E o que me falta para isso acontecer?

— Encontrar-me para fechar os olhos e pular!

Ubatuba, 01 de março de 2016

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